sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ESPIRITUALIDADE FAMILIAR

“Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (Jo 15,5).
Seguir a Cristo. Permanecer em Cristo. Amar a Cristo. De maneira resumida poderíamos dizer que estas são características que pertencem a quem é discípulo de Jesus. Portanto, também podemos dizer que espiritualidade é o modo como seguimos, permanecemos e amamos a Cristo. Existem várias “portas” ou “vias” de espiritualidade na Igreja como forma de seguimento de Jesus. Seja a porta ou a via mariana, da liturgia, das diversas devoções ou das várias espiritualidades encontradas no seio da Igreja: Carmelitana, Beneditina, Franciscana, etc ou dos vários Movimentos Eclesiais: Renovação Carismática, Focolares, Legião de Maria, Encontro de Casais com Cristo, etc ou ainda através da espiritualidade própria das Novas Comunidades.
Cada um se sente chamado a seguir o Senhor através das várias vias de espiritualidade. A partir de nosso encontro pessoal com Jesus começamos a cultivar nosso relacionamento com Ele, normalmente dentro de uma dessas vias. Porém, em todas elas, há um pressuposto de perseverança básica e fundamental para nosso relacionamento com o Senhor: a oração! Sem oração não há relacionamento com Deus. A oração é a forma de nosso interagir com Ele.
Quando tratamos de espiritualidade familiar, queremos dizer o caminho que a família como Igreja Doméstica se utiliza para o seu relacionamento com o Senhor. Por isso, não podemos dizer que há uma espiritualidade, um seguimento de Cristo na família se não há vida de oração pessoal, conjugal e familiar. Vejamos o que nos fala a respeito o Catecismo da Igreja Católica:
"A família cristã é o primeiro lugar da educação para a oração. Fundada sobre o sacramento do matrimônio, ela é 'A Igreja doméstica', onde os filhos de Deus aprendem a orar 'na Igreja' e a perseverar na oração. Para as crianças, particularmente, a oração familiar cotidiana é a primeira testemunha da memória viva da Igreja reavivada pacientemente pelo Espírito Santo." (CIC 2685).
Rezar juntos. Isto é fundamental! Não vale mais a desculpa: não tenho tempo, minha vida é muito corrida! Oração em família é questão vital do relacionamento com Deus e, inclusive para a harmonia dos relacionamentos inter-pessoais na própria família. Na oração somos curados, pela oração aprendemos a perdoar, pela oração nos tornamos mais amigos de Deus e uns dos outros, pela oração nos entregamos e amamos a Deus e nos tornamos capazes de amar os irmãos e, pela oração os filhos são educados e formados. Veja como a definiu Bento XVI:
“A oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus.” (Bento XVI – Quaresma de 2007).
Assim nós, os pais, que somos os primeiros responsáveis pela saúde espiritual de nossa família, devemos tomar a oração como algo que faz parte do cotidiano da família e com ela encontrarmos forças para lutar contra tudo aquilo que vem para nos afastar da própria oração e consequentemente da vida em Deus. Proclamemos com Jesus e como Jesus, no evangelho, com vigor e determinação: “...minha casa é uma casa de oração.” (Mt 21, 13). Meu irmão e minha irmã, faça dessa palavra uma ordem para sua vida e para sua família. Vida de oração é questão de atitude. Tenha a coragem de assumir essa atitude hoje para o bem e a salvação de sua família. Saia do comodismo, da letargia espiritual, das teias da embromação de satanás sobre a família. Precisamos lutar contra o modelo de família que o mundo e a sociedade querem impor para nós. Nós não a aceitamos. Queremos viver o modelo de família que está dentro do projeto de Deus e que Ele mesmo deixou expresso de maneira magnífica através de sua própria família, a Sagrada Família de Nazaré. Uma família que não deu espaço à preguiça, a letargia ou ao comodismo em cumprir a vontade de Deus e buscá-lo e ter comunhão com Ele através de uma intensa vida de oração. “A oração e a vida cômoda não combinam.” (Sta Tereza D’Ávila).
Por onde começar? Através da oração à mesa, por exemplo. A mesa/ refeição é lugar sagrado. Jesus quando instituiu a Eucaristia, não a instituiu em um templo ou sobre um altar e sim sobre uma mesa de refeição e durante uma refeição, querendo também assim, deixar claro o caráter sagrado de que se reveste, principalmente, quando uma família se reúne em torno da mesa. Infelizmente, isso se perdeu na maioria das famílias, notadamente e dolorosamente, nas famílias que se dizem cristãs! Até mesmo em algumas famílias a mesa foi extinta! Foi trocada por um balcão! Os filhos comem à frente da TV ou do computador. Os pais, dando um péssimo exemplo, fazem o mesmo! Precisamos fazer um grande resgate desses valores perdidos. Quantas possibilidades de diálogo, amizade, partilha, perdão, crescimento, conhecimento pode-se fazer à volta da mesa? Mesmo que, hoje em dia, com toda a correria, afazeres, trabalho, estudo, horários diferentes, cada família, dentro de seu próprio ritmo, poderia, ao menos, eleger uma das refeições do dia ou algumas durante a semana para viver intensamente estes momentos que são apropriados para agradecer em família o pão nosso de cada dia!
Como é importantíssimo, dentro desse processo de educação familiar para a oração, a oração do casal e dos pais com os filhos. Quero trazer aqui duas pérolas de João Paulo II a respeito da importância da oração em família:
“A oração família tem as suas características. É uma oração feita em comum. Marido e mulher juntos, pais e filhos juntos. A comunhão na oração é, ao mesmo tempo, fruto e exigência daquela comunhão que é dada pelos sacramentos do batismo e do matrimônio.” (Familiaris Consortio, 59).
“A oração reforça a estabilidade e a solidez espiritual da família, ajudando a fazer com que esta participe da ‘fortaleza’ de Deus. Na solene ‘bênção nupcial’ durante o rito do matrimônio, o celebrante invoca deste modo o Senhor: ‘Efunde sobre eles (os recém-casados) a graça do Espírito Santo, a fim de que, em virtude do teu amor derramado nos seus corações, perseverem fiéis na aliança conjugal.’ É desta ‘efusão do Espírito Santo’ que dimana a força interior das famílias, bem como o poder de as unificar no amor e na verdade.” (Carta às Famílias, 4).
Fica muito claro e evidente que toda a harmonia e felicidade plena – que só se consegue em Deus (cf. CIC 27) – depende da qualidade de vida de oração entre os cônjuges e entre pais e filhos. Como é verdade e, se aplica muito bem aqui, aquele antigo ditado que diz: “Família que reza unida permanece unida!”

Fonte: www.sagradafamilia.org.br
Italo J. Passanezi Fasanella - Fundador e Moderador Geral - Comunidade Católica Sagrada Família

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Santa Cecília, padroeira da música


Maria Auristela B. Alves

Sabe-se pouco sobre a vida de Santa Cecília – que data provavelmente do império de Alexandre Severo, na Roma pagã; ela foi martirizada por volta do ano 230 –, mas o suficiente para torná-la amada e venerada com especial devoção.
O culto de Santa Cecília, em honra da qual no século quinto foi construída em Roma uma basílica, difundiu-se por causa de sua Paixão (descrição de seu martírio).
Ela é exaltada como o modelo mais perfeito – depois de Maria – de mulher cristã. Era assídua à celebração da Eucaristia, presidida pelo Papa Urbano nas catacumbas da via Ápia; à saída, era aguardada por uma multidão de pobres, que conheciam a sua generosidade.
Tomada de profundo amor por Deus, prometeu-lhe guardar virgindade. No entanto, sua família a comprometeu com Valeriano. Não obstante a proximidade do matrimônio, Cecília intercedia constantemente, em especial junto ao seu anjo da guarda, para que também o noivo se convertesse e aceitasse um casamento especial, sem o ato conjugal.
No dia das núpcias, enquanto os instrumentos tocavam, ela cantava em seu coração somente para o Senhor e pedia a graça da conversão do esposo. A sós, com o jovem, ela confessou-lhe: “Nenhuma mão humana pode me tocar, pois sou protegida por um anjo. Se você me respeitar, ele amará você, como me ama”. Valeriano converteu-se ao cristianismo: fez-se instruir e batizar pelo Papa Urbano e abraçou o ideal da esposa, de virgindade no matrimônio.
Naquela época, ser cristão era um “crime”, uma traição a Roma. O cristianismo era considerado uma seita altamente perigosa. Então, cristãos descobertos, os dois foram submetidos ao martírio. O martírio de Santa Cecília tem um aspecto todo particular. Houve uma primeira tentativa de asfixia, depois, foi condenada à decapitação. Tendo recebido três golpes de machado, sua cabeça não se desprendeu. Ela havia pedido a Deus a graça de não morrer sem antes receber os sacramentos das mãos do Papa Urbano, e a alcançou. Assim, morreu três dias após as feridas do machado. Enquanto pôde, cantou a glória do Senhor; depois que a voz sumiu, expressou sua fé no Deus Uno e Trino com os dedos.
Foi uma das santas mais veneradas durante a Idade Média. O seu nome vem citado no cânon da missa. Dentre as santas é a que maior número de basílicas teve em Roma. A nenhuma outra santa a cristandade consagrou tantas igrejas quanto a ela.
Pela alusão à canção do coração no matrimônio e ao louvor explícito durante o martírio, Santa Cecília foi sendo associada à música, até que no século XV foi proclamada padroeira da música.
Ela é invocada por ministros de música, mas não apenas por eles, os músicos seculares também têm certa proximidade com ela, como exemplo, é possível citar os Cecilian Festivals na Inglaterra, a antiga revista americana Caecilia, e os contemporâneos conservatórios, universidades, orquestras, bandas e corais que levam seu nome, bem como a conhecidíssima Academia Santa Cecilia da Itália.
Assim, a cada ano, no dia 22 de novembro, a Igreja celebra a festa desta grande santa, virgem e mártir, padroeira da música.

A cripta de Santa Cecília

Em Roma, é bastante visitada a catacumba de São Calixto, onde está sepultada Santa Cecília. As catacumbas são testemunhos vivos de como os primeiros fiéis viviam o cristianismo e de como encaravam a morte, num período em que a conversão significava candidatar-se à morte.
Na parede esquerda, em baixo, abre-se um grande nicho no qual está colocado o sarcófago que contém o corpo de Cecília. A estátua ali colocada para veneração dos fiéis é uma cópia da célebre estátua de Stefano Maderno (1566-1636), esculpida em 1599. Nela, o artista ressalta o corte produzido pelo machado e a posição dos dedos: três abertos na mão direita – professando a fé no Deus Trino – e um dedo aberto na mão esquerda – a fé no Deus Uno.


Leia também: "Conheça a história da santa que se tornou padroeira da música" em http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=245691

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Albertina Berkenbrock

Folha de S. Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

Brasileira Albertina Berkenbrock é beatificada em Santa Catarina

A catarinense Albertina Berkenbrock foi beatificada pelo Vaticano, ontem, em Tubarão, Santa Catarina.Nascida em 1919, morreu degolada aos 12 anos, depois de resistir a uma tentativa de estupro. Após a tragédia, a menina ganhou fama de milagreira. Ela foi considerada mártir por morrer defendendo a castidade.
Milhares de pessoas acompanharam a cerimônia, que também contou com a presença de um representante do Vaticano, o cardeal português José Saraiva Martins, que confirmou a beatificação. Para Albertina ser santificada, terá de ser provado um milagre de sua autoria.

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Folha de S. Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Padre espanhol e coroinha são beatificados em cerimônia no RS

Cerca de 20 mil pessoas, segundo a Brigada Militar, presenciaram a beatificação do padre espanhol Manuel Gómes Gonzáles (1877-1924) e do coroinha Adílio Daronch (1908-1924), em Frederico Westphalen (448 km ao norte de Porto Alegre). A cerimônia teve a presença de dom Zeno Hastenteufel, bispo da cidade, e do cardeal José Saraiva Martins, que veio do Vaticano, informou a polícia.
Gonzáles e Daronch foram mortos em 1924, perto de Três Passos (RS), onde fariam uma missa para colonos de origem alemã. Eles foram encontrados no povoado de Feijão Miúdo, fuzilados e amarrados a uma árvore e, por isso, foram considerados mártires da Igreja Católica. Os corpos foram enterrados em Nanoai (RS).

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Frei Galvão

25 de outubro
Santo Antônio de Sant'Ana Galvão

Confessor (+ São Paulo, 1822)

Nascido em Guaratinguetá , em 1739, de uma família de muitas posses, descendia dos primeiros povoadores da Capitania e corria em suas veias sangue de bandeirantes. Foi ele próprio chamado "Bandeirante de Cristo", porque tinha na alma a grandeza, o arrojo e fortaleza de um verdadeiro bandeirante. Renunciou a uma brilhante situação no mundo e ingressou na Ordem Franciscana.
Com 13 anos, o esperto e simpático menino Galvão, foi enviado para estudar na Bahia, onde num Colégio interno dos Jesuítas, recebeu ótima formação intelectual e religiosa.
O Beato Galvão que perdeu a mãe ainda muito jovem, superou as dores, com fé e prosseguiu. Mais tarde, com 21 anos de idade, obedecendo ao chamado de Jesus, entrou na família Franciscana para ser sacerdote. Recebeu, no Rio de Janeiro, a Ordenação. Mas, os 60 anos de contínua luta pela santidade e salvação das almas, passou na cidade de São Paulo.
O Apostolado começou em 1768, na atual grande São Paulo, que possuía uma população de aproximadamente 5 mil habitantes, teve como marco, o grande ardor pela santificação dos outros que amava sem distinção.Frei Galvão, imitando o pai, São Francisco, deixou para trás os bens materiais de direito, estendeu sua evangelização para as cidades do interior de São Paulo, como Sorocaba, Itu, Mogi das Cruzes e outras localidades, que dispensando o cavalo, percorria a pé, em sinal de humildade.
Homem de oração e poeta, era um adorador de Jesus Sacramentado, confiava profundamente em Deus providente e se declarava escravo da Virgem Imaculada. Culto e de grande amor aos pobres, possuía­ as virtudes, os dons e os carismas do Espírito Santo.
Frei Galvão passou assim, por nossa Pátria, fazendo o bem. Fundou, em 1774, juntamente com Madre Helena Maria do Espírito Santo, o Mosteiro Concepcionista de Nossa Senhora da Luz, na capital paulista.
Não somente formou e conduziu nas vias da espiritualidade franciscana e concepcionista as religiosas desse mosteiro, mas também o edificou materialmente, ao longo de quase 50 anos de esforços contínuos. Foi o arquiteto, o engenheiro, o mestre de obras e muitas vezes o operário da sua edificação, que somente se tornou possível porque ele incansavelmente pedia, ao povo fiel, esmolas para a magnífica construção.
Historicamente, sabemos que a santidade de Galvão incomodava as injustiças de muitos, tanto que aconteceu em 1880, sua expulsão de São Paulo, por um governador da capitania, porque o respeitado e influente Frei Galvão, opusera-se à ordem de condenação, à forca, de um soldado que, embriagado, havia esbofeteado o filho do governador, também bêbado, no momento da briga. Diante de uma rebelião, a favor do santo, que já em vida, alcançava de Deus milagres ao sofrido povo, pobre e escravo. O resultado acabou com a volta de Frei Galvão e a demissão do governador.Pregado na cruz da doença, passou Frei Galvão a morar num cubículo de chão de terra e de paredes esburacadas, atrás do altar da Igreja da Luz, que o próprio tinha projetado. Até que em 1822, entregou nas mãos do Pai, o seu espírito.
Com carinho, a Igreja analisou por 49 anos os relatos de 24 mil graças obtidas por intercessão do Santo Frei, e um milagre reconhecido pelas autoridades da Igreja, ocorrido em 1940, onde, uma menina de 4 anos foi curada de um quadro agudo de "hepatite A". Sem dúvida a beatificação deste homem da caridade e da paz, é um dos fatos mais importantes deste fim de milênio para a Igreja Católica do Brasil, uma vez que no ano 2000 foram comemorados os 500 anos de evangelização da Terra de Santa Cruz (como era chamada).O Beato Frei Galvão, que nasceu na riqueza e morreu na pobreza deixou como testemunho para nós um grito em 1822.
"Independência do Sistema do Mundo!" Assim, ao viver o Evangelho pelo Espírito, na nossa Pátria, ainda marcada pelo pecado, morte e falta de moradia, apontou para a Pátria da Vida, a Pátria Celeste, "onde todos temos uma morada que nos aguarda".
Graças a Deus, no dia 25 de outubro de 1998, na Praça de São Pedro, houve a Solenidade presidida pelo nosso amado Papa João Paulo II, onde o conhecido Frei Galvão foi elevado a honra dos altares pela Igreja Católica. Este fato foi marcante para nós brasileiros, pois foi o primeiro Beato que nasceu, viveu e morreu no Brasil.
Até hoje sua sepultura, na capela do mosteiro, é visitada por multidões que acorrem a lhe pedir graças e milagres, e também à procura das famosas e prodigiosas "pílulas de Frei Galvão".
A origem dessas pílulas é contada num folheto distribuído no próprio mosteiro: "Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a vida. Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do Ofício da Santíssima Virgem: "Post partum Virgo Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis" (Depois do parto, ó Virgem, permanecestes intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós). Deu-os ao homem, que por sua vez levou-os à esposa. Apenas a mulher ingeriu os papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, a criança nasceu normalmente. Caso idêntico deu-se com um jovem que se estorcia com dores provocadas por cálculos visicais. Frei Galvão fez outras pílulas semelhantes e deu-as ao moço. Após ingerir os papelinhos, o jovem expeliu os cálculos e ficou curado. Esta foi a origem dos milagrosos papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para as pessoas que têm fé na intercessão do Santo brasileiro".

BEATIFICAÇÃO - Em 1998, Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II, dele recebendo os títulos de Homem da Paz e da Caridade e de Patrono da Construção Civil no Brasil. De seu processo de beatificação constam 27.800 graças documentadas, além de outras consideradas milagre.
Aconteceu em 1990 em São Paulo, com a menina Daniela, que aos 4 anos de idade teve complicações bronco-pulmonares e crises convulsivas. Foi então internada na UTI do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, com diagnóstico de encefalopatia hepática por consequência da hepatite causada pelo vírus A, insuficiência hepática grave, insuficiência renal aguda, intoxicação por causa de metocloropramida e hipertensão. Os sintomas acima a levaram a uma parada cardio-respiratória que evoluiu com epistaxe, sangramento gengival, hematúria, ascite, broncopneumonia, parotidite bilateral, faringite, e mais duas infecções hospitalares.
Após 13 dias de UTI, os familiares, amigos, vizinhos e religiosas do Mosteiro da Luz rezaram e deram a menina as pílulas de Frei Galvão. Em 13 de junho de 1990, a menina Daniela deixou a UTI e, em 21 de junho teve alta do hospital considerada curada. O pediatra que a acompanhou atestou perante o Tribunal Eclesiástico que: "atribuo à intervenção divina, não só a cura da doença, mas a recuperação total dela".

CANONIZAÇÃO - Frei Galvão foi Canonizado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, durante a visita do pontífice ao Brasil. A comprovação oficial e o anúncio foi feito em 16 de dezembro de 2006.
Trata-se do caso da Sra. Sandra Grossi de Almeida e de seu filho Enzo de Almeida Gallafassi, da cidade de São Paulo-SP, hoje residentes em Brasília-DF, Brasil.
A Sra. Sandra já havia sofrido três outros abortos espontâneos, devido a malformação do seu útero, que tornara impossível levar a termo qualquer gravidez.
Em maio de 1999, Sandra ficou novamente grávida e sabia que a qualquer momento poderia ter uma hemorragia e morrer.
Apesar do prognóstico médico ser de provável interrupção da gravidez ou de que esta chegasse, no máximo, ao quinto mês, a gestação evoluiu normalmente até a trigésima segunda semana da gestação.
Por ser caso de alto risco, foi decidido parto por cesariana em 11/12/1999, pois os exames comprovavam problemas, mas o parto não teve nenhuma complicação.
A criança nasceu pesando 1.995 gr. e medindo 0,42 cm, mas apresentou problemas respiratórios gravíssimos. Foi "entubada", porém teve uma evolução positiva muito rápida e foi "extubada" no dia seguinte. Recebeu alta hospitalar dia 19/12/1999.
O êxito favorável deste caso raro foi atribuído a intercessão do Beato Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, que foi desde o início e durante toda a gravidez invocado pela família com muita oração e por Sandra, que além das novenas contínuas que fez, tomou também as "Pílulas de Frei Galvão" com fé e com a certeza de sua ajuda
Realizado o processo diocesano, os Peritos Médicos da Congregação das Causas dos Santos, aprovaram, por unanimidade, o fato como "cientificamente inexplicável no seu conjunto, segundo os atuais conhecimentos científicos".
Finalmente, o Santo Padre Bento XVI, depois de conhecer o fato, autorizou no dia 16/12/2006, a Congregação das Causas dos Santos a promulgar o Decreto, a respeito do milagre atribuído à intercessão do Beato Frei Antônio de Sant'Anna Galvão.
O nome do primeiro santo brasileiro ficou Santo Antônio de Sant'Anna Galvão, conhecido comumente como São Frei Galvão.

Os Dons de Frei Galvão

Por causa do imenso amor e caridade de seu Servo, Deus o agraciou com diversos dons, dos quais jamais serviu-se em interesse próprio, ao contrário, sempre os colocou a serviço da misericórdia divina. Todos os casos narrados foram devidamente comprovados por documentos.
São eles:
Bilocação (estar em mais de um lugar ao mesmo tempo), telepatia (transmissão ou comunicação de pensamento e sensações, a distância entre duas ou mais pessoas), premonição (sensação ou advertência antecipada do que vai acontecer), clarividência (vê o que está para acontecer), levitação (erguer-se acima do solo) e telepercepção (adquirir conhecimento de fatos ocorridos a grandes distâncias).
Relatamos a seguir alguns casos. Àqueles que se interessarem por mais detalhes da vida de nosso querido “padre santo” devem procurar na Editora Santuário o livro “Frei Galvão: O frade menor que São Paulo aprisionou”, de autoria de Frei Carmelo Surian:

Bilocação
Pelo que consta, o fato ocorreu por volta de 1810, às margens do rio Tietê, no distrito de Potunduva (Airosa Galvao) município de Jaú, próximo à Pederneiras e Bauru. Manuel Portes, capataz de uma expedição de vinha de Cuiabá, homem de temperamento instável, castigou severamente o caboclo Apolinário por indisciplina. Ao notar o capataz distraído, o caboclo, por vingança, o atacou pelas costas com um enorme facão, e fugiu.
Sentindo que a vida abandonava-lhe o corpo, Manuel Portes, no auge de desespero, pôs-se a gritar: "Meu Deus, eu morro sem confissão! Senhor Santo Antônio, pedi por mim! Dai-me confessor! Vinde, Frei Galvão, assistir-me!" Eis que então alguém gritou, avisando que um frade se aproximava, e todos identificaram Frei Galvão. Assim contaram as testemunhas: "aproximou-se o querido sacerdote, afastou com um gesto os espectadores da trágica cena, abaixou-se, sentou-se, pôs a cabeça de Portes sobre o colo e falou-lhe em voz baixa, encostando-lhe depois o ouvido aos lábios. Ficou assim alguns instantes, findo os quais abençoou o expirante. Levantou-se, então, fez um gesto de adeus e afastou-se de modo tão misterioso quanto aparecera". Afirma-se que naquele instante Frei Galvão encontrava-se em São Paulo, pregando. Interrompeu-se, pediu uma Ave-Maria por um morimbundo e, acabada a oração, prosseguiu a pregação.
Há outros casos semelhantes, principalmente relatos de socorro de Frei Galvão aos moribundos.


Telepatia
Em uma cidade, Frei Galvão era conduzido em uma cadeirinha coberta. Uma senhora, através de sua janela de rótulas (madeiras cruzadas), vê a cadeirinha, em que sabe, está o “santo frade”. E ela, sucumbida pelas amarguras da vida, soluçando, pensa consigo: “Ah, se Frei Galvão se lembrasse de mim, se ao menos me desse sua benção”. No mesmo instante Frei Galvão levanta as cortinas da cadeirinha, debruça-se para fora em direção daquela janela, e sorridente, abençoa a senhora, atrás das rótulas. E os que presenciaram o fato, afirmaram que o franciscano não tinha a menor possibilidade de ver aquela senhora, porque era conduzido pelo lado oposto da rua.
Premonição
Em todas as vilas e cidades por onde passava, a pedido dos párocos, Frei Galvão pregava. Por vezes era tão numeroso o auditório que, não o contendo dentro da igreja, era preciso pregar ao ar livre. Em Guaratinguetá ocorreu um fato extraordinário: o sermão havia começado, quando se forma uma grande tempestade; a chuva desaba, e quando viram que ela chegava ao largo, onde se encontravam, quiseram se retirar. Frei Galvão, porém, lhes disse que "fiquem, pois nada sofrerão". De fato, a chuva não caiu sobre o Largo.
Outra narração impressionante:
O seguinte testemunho foi do Dr. Afonso d’Escragnole Taunay: “Um cavaleiro que passava alta madrugada por São Paulo viu Frei Galvão sentado à soleira de entrada de uma casa. Ofereceu-lhe o cavalo, propondo-se a acompanha-lo até o Recolhimento, fazendo-se ver que ele se arriscava a adoecer, imobilizado, como estava, sob tão áspera temperatura e sob garoa. Frei Galvão agradeceu a oferta, porém não aceitou, argumentando que precisava demorar-se aonde estava, tendo para tanto motivos fortes. O cavaleiro não insistiu e seguiu viagem. Dela voltando, soube do fato que impressionara muito a cidade, e fê-lo estremecer: na manhã seguinte ao encontro com Frei, foi achado morto em sua própria casa, um homem rico que vivia solitário, avarento e agiota. Era exatamente o morador do prédio em cuja soleira estava “Frei Galvão”.

Clarividência
Uma menina foi levada à presença de Frei Galvão. No decorrer da conversa, perguntou à ela sobre o que desejava ser. Respondeu que queria ser freira. Frei Antonio a abençoou com carinho e profeticamente lhe confirma a vocação. De fato, aos 19 anos ela ingressa em um Convento.

Levitação
No Mosteiro da Luz há vários testemunhos sobre a capacidade que Frei Galvão tinha de levitar. Dentre eles, há o relato de uma senhora nos seguintes têrmos: caminhando em plena rua, pôde observar o Frade que se aproximava todo recolhido. Ao se cruzarem, ela exclamou, espantada: “Senhor Padre, vossemecê anda sem pisar no chão?” E o Frei sorriu, saudou e seguiu diante.

Telepercepção
Antigamente, quando os sinos badalavam fora de horário de reza, a comunidade se reunia pois sabia que algo de extraordinário acontecera. Certo dia, os sinos do Mosteiro tocaram e a população atendeu a convocação. Frei Galvão, então já bem idoso, anunciou: “Rebentou em Portugal uma revolução” (talvez a de 1820). E relatou detalhes como se estivesse assistindo a tudo pessoalmente. Semanas depois, chegaram notícias confirmando as visões de Frei Galvão.



São Frei Galvão, rogai por nós!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O Papa destaca que a boa preparação do casal fecha o caminho ao divórcio

Ciclo de catequese sobre os Padres Apostólicos: São João Crisóstomo

VATICANO, 19 Set. 07 / 12:00 am (ACI).- Ao apresentar durante a Audiência Geral celebrada esta manhã na Praça de São Pedro a figura e pensamento de São João Crisóstomo, o Papa Bento XVI destacou que ao referir-se ao noivado e ao matrimônio, este “Mestre da fé” assegurava que “os casais bem preparados fecham o caminho ao divórcio”.
Depois de presidir em recinto vaticano ante milhares de paroquianos o costumeiro encontro das quartas-feiras e prosseguir com o ciclo de catequese sobre os Padres Apostólicos, o Pontífice recordou que este ano se cumpre o décimo sexto centenário da morte de São João Crisóstomo, nascido em 349 na Antioquia da Síria, ao sul da atual Turquia. “Chamado Crisóstomo, que quer dizer, ‘Boca de ouro’ por sua eloqüência, pode-se dizer que vive ainda hoje através de suas obras”.
Depois de destacar que “sua teologia era excelentemente pastoral”, pois nela era constante “a preocupação pela coerência entre o pensamento expresso pela palavra e o que se vive”, o Santo Padre afirmou este santo se preocupou deste modo em “acompanhar com seus escritos o desenvolvimento integral da pessoa, nas dimensões física, intelectual e religiosa”.

Antídoto contra o divórcio

Mais adiante, o Papa destacou o pensamento de Crisóstomo em relação às etapas da vida do ser humano, ressaltando a vigência e atualidade de suas idéias.
São João destacava a importância da infância, “porque é quando se manifestam as inclinações ao vício e à virtude e, por isso, é nesta idade quando a lei de Deus tem que ser gravada do início na alma ‘como sobre uma tabela de cera’”. A esta etapa “segue o mar da adolescência, onde os ventos sopram violentos, porque é quando cresce a concupiscência”.
Em seus escritos, este Padre da Igreja aborda o período do noivado e o matrimônio e afirma que “os maridos bem preparados fecham o caminho ao divórcio. Tudo se desenvolve com alegria e se pode educar aos filhos na virtude. Depois, quando nasce a primeira criança se forma uma ponte; os três se convertem em uma só carne, porque o filho une as duas partes e os três constituem ‘uma família, uma pequena Igreja’”.
Ao final da catequese, Bento XVI recordou que São João Crisóstomo também se dirige em seus escritos aos fiéis laicos, que “com o Batismo assumem o ofício sacerdotal, real e profético. Esta lição de Crisóstomo sobre a presença autenticamente cristã dos fiéis laicos na família e na sociedade segue sendo ainda hoje mais atual que nunca”.
Concluída a audiência, o Santo Padre retornou a Castel Gandolfo.

Fonte: http://blog.biblicatolica.com.br/

terça-feira, 18 de setembro de 2007

AMOR É O VINHO NOVO

Quando falamos em casamento, à luz do evangelho, nos lembramos sempre das Bodas de Caná, do vinho novo tão desejado pelos casais.
Percebemos nesta passagem a riqueza da sua mensagem, as talhas de água que nos remetem ao nosso esforço para sermos melhores um para o outro, a nossa dedicação, que é para Deus a matéria prima para a realização do milagre da transformação. Vemos Maria como a mãe intercessora; o carinho de Jesus com a família realizando nela o seu primeiro milagre e muito mais; mas me atenho neste momento às palavras do chefe dos serventes, após provar da água tornada vinho: “É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.” (João 2, 10)
Voltemos ao início da família, o tempo de namoro, nesse período, infelizmente, mais que entregar primeiro o vinho bom, o que vemos são jovens entregando todo vinho. Queimam etapas, não se conhecem e, quando chegam ao casamento, se chegam, já não têm mais vinho e a festa se acaba.
É preciso saber administrar o nosso vinho, o melhor de nós; não guardá-lo em reservas, mas servir sempre ao outro o vinho bom: “Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.” (João 2, 10). “Até agora”, significa para sempre, hoje, tempo atual, diferente do que fazemos na prática: no tempo de namoro e noivado, todo carinho, respeito, atenção e, quando chega ao casamento, à medida que o tempo passa, deixamos de servir o vinho bom para servir vinagre, e exigimos que o outro o beba feliz.
O que fazemos no período de namoro e noivado é deixar o outro embriagado com o nosso vinho bom e, quando essa “embriagues” passa, o outro percebe que estava bebendo vinagre. Ninguém vai a uma festa para beber vinagre, queremos sempre vinho bom, porque sabemos que ele existe, o experimentamos no início da festa.
Se tivéssemos que escolher entre servir o vinho bom no namoro, no noivado ou no casamento, deveríamos servir o pior no namoro e noivado e guardar o melhor para o casamento que, em tese, é um período muito maior! Mas não precisamos escolher, podemos servir sempre o vinho bom, mas como conservar o nosso vinho sempre bom, é a pergunta.
A resposta está no evangelho, Jesus precisa ser convidado diariamente a participar dessa festa, devemos também apresentar a nossa água a Maria para que ela a leve a Jesus, para que milagres aconteçam; mantermos o zelo de não servir vinagre àquele ou àquela que merece beber o nosso melhor vinho.
Não há dúvidas de que o casamento é sim uma linda festa, festa de amor, mas que necessita de dois convidados que fazem questão de participar: Jesus e Maria.

Comunidade Luz e Vida

Fonte: http://www.misericordia.com.br/